terça-feira, 5 de junho de 2012

Revista Jeito nº 30 - 1990

A matéria a baixo foi digitada na íntegra. A aluna conseguiu apenas algumas páginas da revista, e retirei apenas onde fala sobre alguns moradores. Realizei uma pesquisa na internet para tentar identificar os autores do texto, mas não consegui localizar.

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Os primeiros habitantes

Kaloré, assim como todos os municípios do Norte pioneiro, deve muito aos seus primeiros habitantes, "os primeiros filhos de Kaloré". São pessoas que vieram em busca de trabalho, de maior fartura, e acabaram fincando raízes no município.


ALENCAR

Ulisses Brás José Alencar, 56 anos, é um dos primeiros moradores de Kaloré. Casado com Nelvi Rocha, ele tem oito filhos e também tem oito netos. Veio do Ceará, em 1950, de pau-de-arara (caminhão que transporta retirantes) até São Paulo. Depois, embarcou em um trem de ferro, parando em Jandaia do Sul, que era o fim da linha. Dali foi levado para trabalhar na fazenda Santa Lúcia em Kaloré.

Ulisses Alencar conta que em 1953 uma grande geada atingiu Kaloré e, dois anos depois veio outra, mais fraca, mas que serviu para desanimá-lo. Voltou então para o Ceará, onde se casou. Mas não resistiu muito tempo e retornou a Kaloré, de onde não pretende sair mais. Hoje ele tem duas chácaras e trabalha com terras arrendadas. A fazenda Santa Lúcia, onde trabalhou, chegou a colher 12 mil sacas de café em um único ano, "mas hoje tudo se transformou em pasto", lamenta o pioneiro.


SILVEIRA

Foi em busca de trabalho que Geraldo Pereira da Silveira acabou vindo para Kaloré. Em Minas Gerais, ele, um irmão e mais cinco companheiros embarcaram em um trem de ferro rumo às terras férteis do Paraná. Silveira lembra que trabalhava "muito" na fazenda Bom Jesus, fazendo derrubada de mata. Mas havia um consolo: nos finais de semana assistia às partidas de futebol entre Kaloré e outras equipes da redondeza.

Nascido em maio de 1934, Geraldo Silveira casou-se em 1958 e hoje tem 9 filhos e 3 netos. Ele lembra que na época, Kaloré tinha apenas quatro ranchos, um deles pertencentes ao desbravador "Gato Preto". Conta também que era comum encontrar anta, porco-do-mato, veado e outros bichos, além de cobras como a urutu e a cascavel. Silveira diz estar satisfeito com Kaloré, "um local bastante tranquilo e gostoso para a gente viver".


PACHECO

Dilmo Alves Pacheco chegou a Kaloré em 1959, época em que a equipe de futebol era o destaque da região, derrotando praticamente todos os outros times de cidades e patrimônios vizinhos. Além de futebol, ele disse que gostava de ir ao cinema que existia na cidade, e tambem ficar conversando com os amigos pelos bares.

Apesar da calmaria reinante em Kaloré, um fato acontecido em 1984 marcou muito a vida de Dilmo Pacheco. Foi o assalto à agência do Banco Nacional, quando cinco ladrões limparam os cofres do banco e tentaram fugir. Acuados pela polícia, três deles se esconderam perto da fonte de água que abastece a cidade, em meio a um local coberto de taboas. Alguns moradores atearam fogo e os três foram obrigados a se entregar. Mas, mesmo com este episódio que agitou a cidade, Dilmo garante que Kaloré é um dos melhores lugares do mundo para se viver com tranquilidade.

Frota de veículos e funcionários da Fuzeti Alimentos. (imagem retirada da Revista Jeito nº 30, página 40, 1990)



Aluna Maria Eduarda Granero Berti - 7º Ano A

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