quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Luis Otávio Pereira

Professor Luiz Otávio em uma de suas turmas.
"Meu nome é Luis Otávio Pereira, tenho 62 anos, moro na chácara que se localiza na cidade de Kaloré .

Trabalhei no Colégio estadual Abraham Lincoln. Hoje estou aposentado. 
Comecei a trabalhar no colégio com 38 anos de idade onde permaneci durante 24 anos ensinando matemática e ciências.

Antigamente a escola tinha péssima aparência por falta de recursos. Era de péssimas condições, mal pintada, de cores desbotadas. O colégio era no mesmo local e nunca mudou de endereço.

Tive vários alunos no qual se destacaram mais em minhas aulas, alguns que posso citar mas não me lembro sobrenomes, são Lucilene que hoje em dia se formou em medicina, Carolina, Antonio Carlos e Gislaine.

Nem mesmo os alunos e professores tinham merenda escolar, a partir da época que começaram a ter alimentação, freqüentemente era sopa de fubá. 
As aulas possuíam o mesmo tempo de hoje em dia, 50 minutos.

Os meus companheiros de trabalho eram o João Cavalcante, Trovão, Seu Vicente, Maria Helena, Ordália, Maria Tereza, Erminho, Adelaide. Desses professores,  os que eu mais me identificava era o Erminho, pois nós dois discutíamos muito sobre a matéria de matemática .
Na minha época de professor quase nem um aluno reprovava de ano pois sempre ficava um ou dois pendente mas eram passados pelo conselho de classe. O diretor era o Trovão, em seguida eu e por sua vez Jaime.

Os uniformes eram uma calça azul e uma camiseta branca. O esquema das notas para ser consideradas “vermelhas” no começo tinham que ser abaixo de 6.0, depois o esquema mudou e passou a ser 5.0, e depois voltou como hoje em dia 6.0.

Eu não tinha a ideia de trabalhar como professor mais fui influenciado pelo falecido professor Jose Leocádio Ramos que dava aula do município de Borrazópolis. Chegou uma época que ele queria ser professor em Kaloré, mas não poderia sair de Borrazópolis se não arrumasse um substituto. Como eu estava terminando o ensino médio e me destacava em matemática, ele me chamou para experimentar, então me convenceu a ir dar aula substituindo ele. Dando aula lá eu gostei da ideia e comecei a estudar sobre o assunto. Foram muitos anos de estudo, 16 anos em geral contando colégio, cursos, faculdade, pós-graduação etc.

Nessa época não havia biblioteca e os alunos não possuíam livros didáticos e a maioria das provas eram passadas desde as perguntas às respostas para os alunos fazer em manuscrito.

As salas sempre foram da mesma forma, as lousas eram realmente “quadros negros”. A escola teve poucas reformas que eram providenciadas pela prefeitura, mas a última reforma que eu me lembro foi em 2006.

Havia poucas festas comemorativas para os alunos e professores. 
As melhores lembranças que eu tenho era quando chegava o final do ano e eu via os alunos conseguindo conquistar as suas metas e pensando que foi mais uma etapa cumprida, ver eles se formando era uma alegria muito grande. As festas de formatura passavam muito entusiasmo.



Com tantos anos de professor, para quem não sabe eu não tinha a determinação de ser um, gostaria de ter me formado em engenharia agrônoma mas não foi o que aconteceu. Mas trabalhei por muitos anos e me sinto feliz por isso."


Obs: Foram feitas apenas pequenas correções para dar coesão ao texto.


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